O cuidado com a saúde das mamas vale para qualquer idade: desde a puberdade, quando os brotos mamários começam a se desenvolver até depois da menopausa.
Vamos conversar de peito aberto? A principal preocupação aqui é a prevenção do câncer de mama, o que mais mata mulheres no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Mas os cuidados variam conforme a etapa da vida – e as dúvidas também.
Tamanhos e formatos de mamas são múltiplos e podem sofrer variações no avançar dos anos e durante o ciclo menstrual. Por isso, conhecer essa parte do corpo é uma medida essencial para a saúde feminina.
Vamos entender melhor?
Neste artigo, você vai encontrar:
- As mamas na puberdade e na adolescência
- O cuidado das mamas na gestação
- Saúde das mamas durante a amamentação
- Cuidado com as mamas a partir da menopausa
- Cuidados para a vida inteira
- Exames de mama
As mamas na puberdade e na adolescência
A telarca, ou surgimento dos brotos mamários, costuma acontecer entre 8 e 13 anos, sendo o principal sinal do início da puberdade nas meninas. A primeira menstruação (menarca) tende a ocorrer dois anos depois.
Na adolescência, são relativamente comuns as queixas de dores, inchaços, crescimento desigual de mamas e até nódulos. Embora a maioria dos casos seja de origem benigna, é importante buscar acompanhamento médico.
Com o tempo, e com a orientação médica, a adolescente passa a reconhecer melhor as mudanças nas mamas conforme o ciclo menstrual – evitando falsos alarmes sobre doenças.
Pra ficar atento!
A chamada telarca precoce pode acontecer em bebês (normalmente até os 2 anos) devido a alterações hormonais. Nesse caso, é fundamental a consulta médica para avaliar a situação.
O cuidado das mamas na gestação
A gravidez provoca uma série de mudanças no corpo todo - incluindo as mamas. O inchaço e maior sensibilidade mamária costumam estar entre os primeiros sintomas. No decorrer da gestação, os mamilos e aréolas podem ficar maiores e mais escuros e também apresentar algumas bolinhas e secreção.
É o organismo se preparando para o aleitamento materno. Mesmo assim, converse sempre com o médico para ter as orientações mais seguras. Apesar das mamas estarem mais sensíveis ao toque, é importante que o obstetra examine todas as alterações para descartar ou diagnosticar precocemente casos de tumores malignos.
Veja alguns cuidados importantes para preparar os seios na gravidez para a amamentação:
Para evitar apertos: os seios crescem, então é importante ter sutiãs de tamanho apropriado. Assim, você evita desconforto e obstrução dos dutos mamários.
Prevenir fissuras e rachaduras: banhos de sol nos seios, de 5 a 10 minutos por dia – antes das 10h ou depois das 16h – ajudam a fortalecer os mamilos. Além disso, recomenda-se evitar o uso de sabonetes e hidratantes, pois esses produtos tendem a “amaciar” e reduzir a proteção natural dos mamilos. Ao contrário do que se pensava antigamente, esfregar mamilos com bucha vegetal também não é uma boa opção.
Saúde das mamas durante a amamentação
A amamentação em si já é um cuidado com as mamas. Diferentes estudos mostram que amamentar ajuda a prevenir o câncer de mama. Nessa fase, as taxas de hormônios que estimulam o desenvolvimento de células cancerígenas são reduzidas.
Porém, sabe-se que muitas mulheres sofrem com sensibilidade e fissuras, especialmente nas primeiras semanas de aleitamento.
Para preveni-las, evite limpar a região toda vez que o bebê se alimentar, pois a limpeza exagerada leva ao ressecamento da mama. Além disso, o próprio leite e, principalmente, o colostro (líquido espesso e amarelo que sai das mamas nos primeiros dias) ajuda a aliviar e lubrificar a região. Espalhe-o no mamilo e na aréola.
Se já houver fissuras, pode ser recomendado um hidratante e/ou cicatrizante. Busque orientação médica para isso.
Por fim, para evitar ingurgitamento mamário (acúmulo de leite e inchaço), você pode massagear a região e fazer e compressas frias.
Cuidado com as mamas a partir da menopausa
As alterações nos níveis dos hormônios estrogênio e progesterona durante a menopausa também afetam o tecido mamário. Sensação de queimação e dor nas mamas podem ocorrer nessa fase.
Segundo o Ministério da Saúde, mulheres a partir dos 50 anos têm maior risco de desenvolver câncer de mama. Isso acontece devido ao acúmulo de exposições hormonais ao longo da vida e as próprias alterações biológicas do envelhecimento. Nessa faixa etária, aumenta a necessidade de exames preventivos, que passam a ser feitos a cada dois anos.
Além disso, a reposição hormonal, que ajuda a evitar sintomas do climatério e a prevenir osteoporose, pode ter o efeito adverso de induzir a multiplicação de células cancerígenas. Por isso, ela deve ser feita sempre com acompanhamento médico – em casos de histórico de câncer ou problemas cardíacos é contraindicada.
Cuidados para a vida inteira
Tanto faz se você tem 18 ou 65 anos: algumas medidas são positivas para a saúde das mamas a vida toda. A primeira delas é praticar atividade física.
Durante a vida, o corpo regenera células o tempo todo. Um câncer, por exemplo, se dá pelo crescimento celular descontrolado, que pode formar um tumor. A prática de exercícios físicos auxilia na prevenção desse tipo de desordem.
Outras medidas positivas são ter uma alimentação saudável evitar álcool em excesso e não fumar. Afinal, hábitos saudáveis ajudam a prevenir muitas doenças, inclusive o câncer.
Além desses cuidados, o autoexame é recomendado a partir dos 20 anos como forma de autoconhecimento. Atente-se a inchaços, vermelhidão, secreções e caroços nas mamas e axilas. Essa medida é importante, mas não substitui os cuidados sob orientação médica.
Exames de mama
O exame clínico de mamas é feito anualmente em consultas ginecológicas. Já a mamografia pode ser solicitada para diagnóstico ou rastreamento.
A mamografia de diagnóstico pode ser solicitada em qualquer idade quando há sintomas ou fatores de risco envolvidos.
Sobre a mamografia de rastreamento, ou de rotina, a recomendação é que seja feita a cada biênio para mulheres de 50 a 69 anos. Para outras idades, estudos demonstraram que os riscos do acúmulo de radioatividade e de resultados falsos positivos são maiores que os benefícios do exame preventivo.
Fontes: INCA 1, 2 | SBP | Ministério da Saúde
Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil